quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ei, você aí, me dá um dinheiro aí?

Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá, sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número,
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA e 1.5 tri na Europa) para salvar da fome, quem já estava de barriga cheia.

Texto: Presidente da Bullet e Gerente de Mkt da Kibon no New Brand Communication 2008

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

INDIVIDUALIDADE

Os membros de uma tribo primitiva da África, acreditam que cada pessoa que nasce traz consigo uma música individual e intransferível, como uma espécie de identidade sonora.

Assim, quando a mãe está grávida ela recebe, através da inspiração, a música da criança que irá nascer e começa a cantá-la para que o bebê se sinta querido e desejado.

Depois, a mãe ensina a música ao pai, que também passa a cantar cada vez que se aproxima do filho, demonstrando carinho e respeito por sua individualidade.

E, assim, cada membro da família que entra em contato com a criança aprende a sua música e passa a cantá-la, como forma de dar as boas-vindas e saudá-la.


Dessa forma, a criança aprende a sua música e passa a cantá-la pelo resto de sua vida.

E é assim que cada membro canta sua música individual, e todos sabem de cor a música de cada um.

Um costume singular e interessante.

As notas são as mesmas, mas os ritmos são diferentes.

Fazendo um paralelo da prática dessa tribo primitiva com os nossos costumes atuais, poderemos tirar dela vários ensinamentos.

O primeiro é que todos temos nossa individualidade, isso é incontestável.

A diferença é que nem sempre essa individualidade é considerada e, menos ainda, respeitada.

Geralmente nossas crianças nascem em meio a ruídos mentais de toda ordem. É a mãe querendo lhe impor sua própria música e o pai, a sua.

Chegam os demais familiares e fazem o mesmo.

Nem se espera que a criança demonstre sua individualidade e já é confundida em si mesma.

Isso se leva para a vida toda, quando nós, adultos, não conhecemos nossa individualidade a ponto de ter certeza de quem realmente somos, do que sentimos do que queremos ou não queremos.

Nossas músicas se confundem. Nem cantamos a nossa, nem ouvimos a música do outro. É um tumulto de sons confusos e inaudíveis.

As individualidades não são respeitadas e tenta-se fazer das pessoas uma massa confusa e disforme.

É importante pensar a respeito desse tema nos dias atuais.

É importante que cada ser seja respeitado, e sua música seja cantada por todos, em sinal de afeto e respeito.

Imagine se você pudesse cantar sua música pessoal e, onde quer que fosse, todos lhe saudassem com a sua melodia. Isso não seria fantástico?

Se assim fosse teríamos uma sociedade amável e respeitosa, fraterna e afetuosa, onde todos se sentiriam especiais e veriam os outros também como seres especiais.

***

Cada pessoa tem sua identidade própria e intransferível.

O Criador não se repete. Cada filho Seu é único. Não tente achar uma pessoa igual a você: NÃO EXISTE!

Cada ser humano tem sua sinfonia e seu ritmo particular.

Ideal seria que cada um vivesse no seu ritmo e respeitasse o ritmo do outro.

E a diversidade dessas múltiplas melodias formam a harmonia perfeita, sob a batuta do Maestro universal, que chamamos Deus.


Texto: Autor desconhecido
Imagem: Deus